Estamos nostálgicos quando lembramos que faz dois anos que não temos uma boa festa junina. É o período que me perco nas comidas típicas sem arrependimento e curto dançar ao sim de Luiz Gonzaga. Essa experiência na aglomeração, não tive online. É certo que a live do Gil sempre acalenta o coração, ainda mais acompanhada de um quentão. Lembrando que um é pouco, dois é bom e três é demais, um terceiro ano sem festa junina seria o caos para os amantes dessa comemoração. Mas como o que está ruim, pode piorar, vemos o governo, que deveria estar preocupado que com os resultados da CPI estão apontando, resolvem agravar mais ainda preparando um decreto para deixar de usar máscaras, no meio da pandemia.
A festa junina por ser uma festa pagã, deve gerar ódio àqueles que como o presidente odeiam tudo que não seja da Universal. Um governo que deveria ser laico passou a ostentar a religião acima da ciência. Faz tudo para beneficiar os seus amigos pastores, menos a ideia fomentada por alguns de invadir Angola. Como se não bastasse uma das piores diplomacias dos últimos tempos, que nos tornou isolados do mundo, sem até as doses que serão distribuídas de graça ao mundo, temos até diplomata que não pode sair do país. Não existe uma área onde não estejamos com problemas. Mas, as verbas milionárias vão para o setor de comunicação, mais do que a saúde na pandemia. Acontece que o fascismo precisa de um marketing agregador sempre, mesmo não sendo verdade. O lema de Hitler na Alemanha nazista era 'Alemanha acima de tudo'. Igual a este aqui: 'Brasil acima de tudo'.
A decoração de Festa Junina são as mais eficientes. São jecas de propósito e isso é a beleza de tudo. São feitas com bandeirolas e balões, fogueira e as barraquinhas de comida. Tosqueira maior é quando vemos o quanto vamos seguir com este governo até 2022, cada vez afundando mais e mais. Sem reação. Ter uma pessoa que seu ídolo é o torturador Ustra já era algo inimaginável, ter que retroagir nas conquistas sociais desde a ditadura militar foi algo triste para todas as categorias, mas promover o genocídio deliberadamente, ouvindo um gabinete paralelo e não o ministério da Saúde é voltar aos tempos da inquisição. Somos um país démodée. Um país que ficou fora dos trilhos da modernidade e das boas práticas mundiais.
Fico com saudades de ver a lavagem dos santos, correio elegante, casamento caipira e principalmente a dança da quadrilha. A dança da quadrilha tardará, mas vai chegar. A CPI, por exemplo, apontará e pedirá punição aos responsáveis pelas quase 500 mil mortes no país. Não será imediato, será tardia, mas cobrará um preço alto a este governo. Isso, se os mais de 100 pedidos de impeachment não forem abertos antes da eleição ou se o pedido internacional de intervenção de Haia não seja visto. O fascismo nos dias de hoje, não possuem mais força para aguentar uma reeleição. Ele sempre vai aparecer, quando existe uma fragilidade da democracia, para que o ódio surja remodelado, porém, não conseguem se sustentar em longo prazo. É preciso sempre que haja uma ditadura para alongar esse período. E esse é o desejo de Bolsonaro, que faz todo tipo de lobby para liberar o consumo de armas, mas procrastinou e procrastina a compra de vacinas. Rapidamente arma a população e prepara o campo para ter as eleições com cédulas. Afinal, já na década de 90, Bolsonaro conseguiu votos expressivos no período da cédula, mas que apesar de ter havido fraudes comprovadas e que teria se beneficiado, nunca foi comprovado sua atuação direta.
Acima de tudo, nesse período de festas, aproveito para realizar simpatias. Alguns rituais são para pedir namorada, para afastar olho gordo e tem até para se livrar de verrugas. O meu é simples. Depois da queda de Trump e Binyamin Netanyahu, estou amarrando um nome na boca do sapo.